quinta-feira, 31 de março de 2016

Os Resquícios Evolutivos Presentes no Corpo Humano e Um Simples Teste que Comprovaria a Teoria da Evolução!



Recentemente, mais precisamente no dia 17 de março, foi publicado um vídeo no Youtube, que desde então vem gerando fervorosos comentários e uma grande discussão em redes sociais, bem como nas notícias que estão sendo veiculadas sobre o mesmo. O vídeo foi postado pelo canal "Vox", que por sua vez pertence a um site norte-americano de notícias de interesse geral, cujo objetivo seria explicar as mais diversas notícias que são destaque, tanto nos Estados Unidos quanto no mundo. A grande questão é que dessa vez, aparentemente, o Vox expôs um ponto delicado sobre nossa existência: a teoria da evolução.


Sim, tenho plena consciência que o assunto é polêmico, porque sempre existiu um "duelo velado" para explicar "de onde viemos". Existem duas principais correntes para fornecer tal explicação. Por um lado temos o Criacionismo, a teoria que explica a origem do Universo, da Terra e de todos os seres vivos que nela habitam a partir da ação de uma entidade divina. Do outro lado temos o Evolucionismo, a teoria que defende o processo de evolução das espécies de seres vivos, através de modificações lentas e progressivas consoantes ao ambiente em que habitam. Um dos maiores nomes do Evolucionismo foi o naturalista britânico Charles Darwin (1809-1882), que desenvolveu no século XIX um conjunto de estudos que deram origem ao Darwinismo, teoria considerada por muitos como sinônimo do Evolucionismo.

O vídeo publicado no canal "Vox", que já possui mais de 15 milhões de visualizações, retrata justamente alguns resquícios ou vestígios de certa forma pouco conhecidos, que ainda carregamos em nossos corpos, e que seriam indicativos claros do processo evolutivo que o ser humano vem sofrendo ao longo do tempo. Através de um simples teste que qualquer um pode fazer em qualquer lugar e a qualquer momento, podemos notar diante de nossos próprios olhos, independentemente de nossa crença, que o "homem" seria apenas um elo de uma longa cadeia evolutiva. Vamos saber mais sobre esse assunto?

Apesar de ampla aceitação da chamada "teoria da evolução" por parte da comunidade científica, muitas pessoas permanecem céticas em relação ao processo evolutivo, mesmo nos dias atuais, embora certamente não seja por falta de provas. Na verdade, no vídeo chamado "Proof of Evolution That You Can Find On Your Own Body" ("Prova da Evolução que Você Pode Encontrar em seu Próprio Corpo", em português) publicado no canal Vox, no Youtube, no dia 17 de março, deixa claro que a evolução está bem presente dentro de cada um de nós. Sim, inclusive em você que está lendo essa postagem.

Mesmo para aqueles que reconhecem a existência da "evolução", o processo é raramente discutido em termos de sua influência presente nos seres humanos, muito embora isso esteja começando a mudar. É importante ressaltar nesse ponto, uma série de desenvolvimentos ao longo de milhares de anos, que levaram ao nosso estado atual - a expansão de nossos cérebros, o bipedalismo, e assim por diante - ou mesmo exemplos relativamente recentes de seleção natural em outras espécies, sendo que um desses casos amplamente citados é da mariposa "Biston betularia" (conhecida como "peppered moth", em inglês, algo como "mariposa salpicada").

Exemplares de mariposas da mariposa "Biston betularia", sendo que o exemplar da esquerda surgiu de forma abrupta
na década de 50, na Grã-Bretanha, devido a fumaça gerada pela queima do carvão ter escurecido as árvores,
algo que permitiu que as mariposas pudessem se camuflar junto as árvores.
Mariposas com asas escuras se tornaram mais comuns e surgiram de forma abrupta na década de 50, na Grã-Bretanha, devido a fumaça gerada pela queima do carvão ter escurecido as árvores, algo que permitiu que as mariposas pudessem se camuflar junto as árvores. No entanto, temos muito mais em comum com os animais do que muitos de nós gostariam de lembrar, e o corpo humano é repleto desses resquícios da evolução.

O Músculo Palmar Longo (Palmaris Longus)


Muitos desses "lembretes evolutivos" assumiram a forma de estruturas vestigiais ou partes dos nossos corpos, aparentemente inúteis, e que ainda não foram eliminados dos mesmos. "Olhe atentamente e você verá partes do corpo que existem, não porque você precisa delas, mas porque seus ancestrais-animais precisavam... Esses resquícios de nossa profunda história só fazem sentido no quadro da evolução por seleção natural", diz um determinado trecho da introdução do vídeo, que você pode assistir logo abaixo (em inglês):



Muitos de vocês já podem ter aprendido de que o cóccix, também conhecido como o "osso da cauda", é uma espécie de resquício das caudas dos nossos antepassados, mas o vídeo publicado pelo Vox enumera uma série de exemplos menos conhecidos. Esses exemplos incluem um músculo chamado "músculo palmar longo" (palmaris longus) que possuímos em nossos braços, quer dizer, ao menos a maioria de nós, visto que entre 10 a 15% das pessoas no mundo não possuem esse músculo. Sim, isso mesmo que você leu, simplesmente uma parcela da população mundial não o possui. Aliás, ainda é possível que uma outra parcela possua apenas em dos braços, notando, é claro, a ausência no outro.

Exemplo de uma pessoa fazendo o teste para detectar a presença do "músculo palmar longo", sendo que
ao realizá-lo, é possível notar a ausência dele em um de seus braços
O músculo é um remanescente de nossos ancestrais que usavam os antebraços para a escalar, e pode ser usado para exemplificar e reforçar a teoria da evolução. Entretanto, nos tempos modernos aqueles que não possuem esse músculo são capazes de "agarrar" ou "escalar" tão bem quanto aqueles que possuem o músculo, ou seja, não há diferença significativa em ter ou não essa "parte do corpo".

Localização do "músculo palmar longo"
A constituição do mesmo também pode variar de pessoa para pessoa. Em alguns casos por ser formado por uma espécie de tendão superior e uma estrutura muscular logo abaixo, em outros ser muscular na região central com um tendão acima e outro abaixo, pode ser também formado por dois feixes musculares com um tendão central ou pode consistir em apenas uma banda "tendinosa". Além disso, às vezes ele pode ser encontrado mais próximo do pulso.

Isso efetivamente demonstra o que antes era uma parte importante e vital da nossa anatomia, e que foi considerada supérflua conforme os nossos estilos de vida mudaram. Esta é a base da teoria da evolução - que nossos corpos evoluam em resposta às mudanças ao longo de milhões de anos.

Ter esse músculo não significa que você seja "menos evoluído" do que alguém que não o possua. Aliás, existem chances reais que ao longo dos próximos milhões de anos, nossos corpos possam evoluir ainda mais de modo que todos nós não tenhamos mais esse músculo.

Para complementar esse trecho do vídeo que comenta sobre o "músculo palmar longo" são citados dois estudos científicos. Um deles foi realizado pelo Departamento de Microcirurgia Reconstrutiva do National University Hospital, em Cingapura, e publicado em 2005 no "The Journal of Hand Surgery British", que apontou não ter sido observada diferença estatisticamente significativa no modo de segurar ou na força em apertar a mão entre os indivíduos que possuíam o "músculo palmar longo" e aqueles em que o músculo não estava presente.

O segundo, no entanto, soa particularmente interessante, pois conta com a participação de pesquisadores brasileiros do Laboratório de Anatomia Humana da Universidade Federal de Goiás e do Laboratório de Antropologia, Bioquímica, Neurociências e Comportamento de Primatas (Labinecop), da Universidade Federal do Tocantins. Além deles, pesquisadores dos Estados Unidos e do Japão também participaram do estudo que foi publicado em 2014 pela BioMed Research International. Nesse estudo foram dissecadas, documentadas e medidas as estruturas do "músculo palmar longo" de cerca de 14 cadáveres humanos (todos do sexo masculino), e de uma série de exemplares de primatas, tais como macacos-prego, saguis, macacos-japoneses, lêmures-de-cauda-anelada entre outros.

O músculo palmar longo músculo é maior em primatas como os lêmures, que usam seus braços para escalar
com mais frequência, sendo que é mais curto e mais propensos a estar ausente em humanos e macacos
que não usam os braços para a escalar tão regularmente
Os pesquisadores revelaram que o músculo é maior em primatas como os lêmures, que usam seus braços para escalar com mais frequência, sendo que é mais curto e mais propensos a estar ausente em humanos e macacos que não usam os braços para a escalar tão regularmente. O estudo ainda sugere que esse músculo é mais fraco em primatas terrestres quando comparado aos primatas arborícolas.

O  tendão do músculo palmar longo pode ser retirado para a realização de microcirurgias reconstrutivas,
como por exemplo, a labial
O trecho relacionado ao "músculo palmar longo" também cita que o tendão do mesmo ainda pode ser retirado e utilizado, para a realização de microcirurgias reconstrutivas, como por exemplo, a labial. Interessante, não é mesmo?

O Teste Para Detectar a Presença do "Músculo Palmar Longo"


Se você não entendeu muito bem como fazer o teste uma vez que o vídeo está em inglês, siga esse passo a passo logo abaixo, não é difícil de fazer:

1. Coloque seu braço em uma superfície plana, podendo ser em cima de uma mesa, do sofá da sala, da sua cama, enfim, qualquer região que seja minimamente reta, certo?

Imagem referente ao primeiro passo
2. Junte o polegar ao dedo mínimo

Imagem referente ao passo dois
3.  Levante a mão em direção ao seu antebraço, ou seja, movendo sua mão para trás, dobrando levemente seu punho. Se você ver uma espécie de "elevação" ou "cordão" no meio do seu pulso, isso mostra que você ainda tem esse músculo em seu corpo. Caso seu pulso fique liso, bem a evolução já desempenhou seu papel em remover essa parte considerada desnecessária do seu corpo.

Imagem referente ao passo três

Pensa que acabou por aí? Pois é, o vídeo cita mais alguns exemplos.

Os Músculos Vestigiais Ao Redor de Nossas Orelhas


Você alguma vez tentou descobrir como manipular os três músculos ao redor da sua orelha para que você consiga movê-la, ainda que ligeiramente? Provavelmente você conhece ou já conheceu alguém que conseguia mover suas próprias orelhas, e sempre achou isso muito divertido. Entretanto, os músculos que permitem as pessoas fazerem isso são vestigiais: o músculo anterior auricular (auricularis anterior), o auricular superior (auricularis superior), e o auricular posterior (auricularis posterior), que permitem que outros mamíferos movam suas orelhas de modo que ouçam melhor os sons vindos de diferentes direções.

O conjunto de músculos ao redor de nossa orelha, chamados de músculo anterior auricular (auricularis anterior),
auricular superior (auricularis superior), e o auricular posterior (auricularis posterior)
Assim como muitos animais considerados noturnos hoje em dia, tais como coelhos, gazelas, e gatos, contam com uma extensa gama de ângulos nos quais permitem que suas orelhas e cabeças possam se virar uma melhor localização da origem de um determinado som, nossos ancestrais também teriam se aproveitado desse mecanismo há milhões de anos.

O sistema de músculos permitem os redor de nossas orelhas teriam permitido que nossos ancestrais
escutassem melhor o que se passava no ambiente, assim como podemos ver hoje, por exemplo, em felinos e caninos
A curiosidade é que nós não perdemos completamente essa funcionalidade, visto que estudos apontaram que os seres humanos ainda tentam movimentar suas orelhas para tentar localizar a origem dos sons, porém de uma forma muito sutil, que na maioria dos casos só é detectável por meio da utilização de eletrodos conectados aos mesmos.

Estudos apontaram que os seres humanos ainda tentam movimentar suas orelhas para tentar localizar a origem
dos sons, porém de uma forma muito sutil, que na maioria dos casos só é detectável qual a utilização
de eletrodos conectados aos mesmos.
No entanto, é possível fazer um simples teste ao estalar os dedos próximo, atrás de uma pessoa ou em uma determinada distância (no fundo de uma sala). Ao fazer isso você deve notar se a ponta superior da orelha da outra pessoa se movimenta ainda que muito ligeiramente. Não é comum ter êxito nesse teste, porém isso é mais uma prova da nossa evolução.

Os "Arrepios" Sentidos Pelas Pessoas


Outra característica vestigial comum entre todos os seres humanos são os conhecidos "arrepios", ou seja, quando uma pessoa, por exemplo, fica com os pelos do braço arrepiados. Esses arrepios são causados por pequenos músculos, individualmente chamados de "músculo eretor do pelo", que de acordo com o próprio nome, faz com que os pelos se contraiam e fiquem mais eretos, principalmente quando estamos com frio.

O "músculo eretor do pelo", que de acordo com o próprio nome, faz com que os pelos se contraiam
e fiquem mais eretos, principalmente quando estamos com frio.
Isso permite que mamíferos cobertos por pelo fiquem temporariamente com uma cobertura corporal maior, tendo um melhor isolamento térmico e consequentemente, que fiquem mais aquecidos. A função dessa característica em nossos ancestrais, no entanto, era eriçar os pelos do corpo, fazendo com que parecessem maiores, de modo a assustar os predadores, como uma espécie de resposta para o instinto de luta ou fuga de uma determinada situação. Curiosamente, algumas espécies de pássaros também apresentam esse mesmo tipo de comportamento em determinadas situações, principalmente no frio.

A função dessa característica em nossos ancestrais, no entanto, era eriçar os pelos do corpo, fazendo
com que parecessem maiores, de modo a assustar os predadores, como uma espécie de resposta
para o instinto de luta ou fuga de uma determinada situação
Também já foi sugerido que tais arrepios possam nos dar a exata noção de como estamos nos sentindo, visto que em 2014, pesquisadores da Coréia do Sul aparentemente descobriram como mensurar isso. Eles anunciaram uma espécie de sensor de pele capaz de detectar pequenas variações nesses arrepios, conhecidos como "piloereções". Os pesquisadores disseram que essas variações podem refletir o humor da pessoa, e poderiam ser utilizadas para determinar praticamente tudo, desde a experiência de uma pessoa com uma determinada música, reações a anúncios na internet ou até mesmo a temperatura dentro de uma sala.

O Cóccix, Conhecido Também Como "Osso da Cauda"


Agora, sem dúvida alguma, a mais polêmica de todas as partes ou características abordadas no vídeo é referente ao cóccix, também denominado como "osso da cauda", que nada mais é do que o segmento final da coluna vertebral em seres humanos e macacos, assim como de outros mamíferos tais como cavalos. Essa parte, portanto, é o resquício das caudas dos nossos antepassados.

Localização do cóccix, também conhecido como "osso da cauda"
Ao longo do tempo, a necessidade de possuir uma cauda foi desaparecendo, porém a utilidade para o cóccix não foi perdida. O osso agora funciona como uma estrutura de suporte para diversos músculos e um suporte para as pessoas quando elas se sentam ou se inclinam para trás.

Os embriões humanos têm uma pequena cauda por volta das quatro semanas de gestação, mas as células da cauda são "programadas" para que o respectivo desenvolvimento seja interrompido. É interessante notar que com quatro semanas o embrião humano assemelha-se aos embriões de outros mamíferos durante essa mesma fase. Para muitos outros animais a cauda continua se desenvolvendo, mas em relação aos seres humanos essas células morrem.

Imagens de embriões, da esquerda para direita: humano, rato, aligátor e galinha
Por volta de seis a doze semanas, as células brancas do sangue dissolvem essa cauda, e o feto desenvolve-se normalmente, quer dizer, pelo menos na maioria das vezes. Isso porque, apesar de muito raro, existem registros de crianças que nascem com uma pequena cauda, que por sua vez não possui ossos, e contém apenas os vasos sanguíneos, músculos e nervos.

Imagens reais de crianças que nasceram com uma pequena cauda, que por sua vez não possui ossos,
e contém apenas os vasos sanguíneos, músculos e nervos
Em um relatório de 1984 realizado pela Biblioteca Nacional de Medicina dos Estados Unidos em conjunto com os Institutos Nacionais de Saúde, também dos Estados Unidos foram discutidos 34 casos de caudas humanas, que poderiam ter até 13 cm de comprimento e que ocorreria mais frequentemente em homens do que em mulheres (o dobro de chances).

Existe até mesmo um vídeo de apenas 23 segundos publicado no ano de 2007, no Youtube, por um canal chamado "tellnothing" onde supostamente mostraria o primeiro caso de um "ser humano que teria a capacidade de mover a própria cauda". O vídeo apontaria um homem de 20 anos de idade chamado Oleg Polovski, morador da cidade de Moscou, na Rússia. Assista:



Entretanto, muitos usuários no Youtube acreditam que o vídeo seja falso, e que essa não seria uma "cauda verdadeira". Segundo um usuário identificado como "PaulRevere731", se fosse real, a cauda estaria mais próxima do final do cóccix. Aliás, não haveria músculos na região onde a cauda do homem que aparece no vídeo está localizada, para que então pudesse ser movimentada. Ele até poderia ter uma "cauda", mas estaria movendo a mesma com a utilização de fios de nylon. Ainda segundo esse usuário, o que estamos vendo no vídeo também poderia ser apenas uma sobra de tecido adiposo, que protegia a coluna vertebral durante sua respectiva gestação. O mesmo vídeo foi replicado novamente no Youtube em 2011 por um outro canal, porém não teve a mesma repercussão.

Fiz uma rápida pesquisa sobre esse assunto e não encontrei nenhuma referência concreta sobre a pessoa que supostamente se chamaria Oleg Polovski e nenhuma informação científica dizendo sobre a possibilidade de controle muscular de uma "cauda humana". Portanto, é muito provável que o vídeo seja falso.

Enfim, Assombrados, assunto interessante esse não é mesmo? O que foi apresentado nessa postagem não é algo necessariamente novo, visto que até mesmo o teste para a detecção do "músculo palmar longo", já foi divulgado anteriormente em outros sites e vídeos na internet. A questão é que muita gente não conhecia maiores detalhes e de forma simplificada, os resquícios evolutivos que estão presentes em nossos corpos, que aliás existe muito mais do que foi citado nessa postagem. O vídeo postado pelo Vox está fazendo um enorme sucesso e gerando muita discussão em torno da teoria da evolução. E isso, independentemente de qualquer coisa, é bom para todos nós. Por essa mesma razão que resolvemos trazer esse assunto para o AssombradO.com.br!

Vale lembrar que esta postagem não deve ser considerada como uma afronta ou algo que vise desmoralizar qualquer tipo de crença de ordem religiosa ou não. Aliás, existem diversas postagens em nosso blog onde retratamos, com o devido, necessário e merecido respeito, casos relacionados ao catolicismo, satanismo, budismo, "bruxaria" entre outros aspectos culturais e religiosos das mais diversas sociedades em nosso planeta. Nossa intenção é tão somente transmitir a informação da maneira mais correta possível, evitando o máximo possível de julgamentos, porém imprimindo-os conforme necessário, para que não nos tornemos omissos diante de informações que sejam incorretas ou que visem distorcer a realidade dos fatos. Esperamos que vocês tenham gostado da nossa abordagem, e quem sabe não voltaremos a tocar nesse assunto no futuro?

Criação/Tradução/Adaptação: Marco Faustino

Fontes:
http://www.sciencealert.com/watch-proof-of-evolution-that-you-can-find-on-your-own-body
http://www.dailymail.co.uk/sciencetech/article-3502679/The-evolutionary-leftovers-bodies-Video-reveals-tailbone-forearms-ears-tell-ancestors.html
http://www.bustle.com/articles/148968-voxs-proof-of-evolution-that-you-can-find-on-your-body-video-will-blow-your-mind
http://www.inquisitr.com/2905693/video-examines-palmaris-longus-other-vestigial-organs-in-modern-humans-as-proof-of-evolution/
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4016873/
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3263034/
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/6373560

http://minilua.com/prova-evolucao-corpo/
http://www.assombrado.com.br/2016/03/os-resquicios-evolutivos-presentes-no.html#more

terça-feira, 29 de março de 2016

Conheça Sophia e Tay: Duas Inteligências Artificiais que Causaram Polêmica nas Redes Sociais na Semana Passada

Por Marco Faustino

Diante de tantos acontecimentos ao redor do mundo envolvendo a crise migratória na Europa, bem com os constantes ataques terroristas e a crise política que sempre existiu tanto aqui quanto nos demais países, certos eventos acabam passando desapercebidos para a maioria das pessoas. Entretanto, na semana passada algo chamou particularmente a atenção, pois tivemos muitas notícias relacionadas ao campo da "inteligência artificial" (IA), sendo muitas vezes mencionada pela sigla em inglês "AI" (artificial intelligence), que seria a inteligência similar à humana exibida por máquinas ou programas de computador. O principal objetivo dos sistemas de IA, é executar funções que, caso um ser humano fosse executar, seriam consideradas inteligentes. É um conceito amplo, e que recebe tantas definições quanto damos significados diferentes à palavra "inteligência".

Entretanto, ao menos duas delas foram alvos de muita polêmica diante do comportamento que ambas tiveram em responder questionamentos aparentemente simples dos seres humanos. A primeira delas foi uma ginoide (termo usado para descrever qualquer ser que apresente a forma de mulher, visto que a expressão é correlata ao masculino "androide") chamada Sophia criada por uma empresa chamada "Hanson Robotics", e que foi apresentada no SXSW (South by Southwest), em Austin, no Texas, nos Estados Unidos, considerado o maior festival de criatividade do mundo, contando com uma série de eventos e conferências sobre música, cinema e principalmente, tecnologia. A segunda foi uma espécie de chatbot chamada Tay, desenvolvida pela Microsoft, projetada para interagir com seres humanos através de uma conta Twitter.

O que ambas tiveram em comum? Bem, a Tay se tornou um verdadeiro pesadelo em termos de relações públicas com respostas ofensivas, racistas e foi considerada até mesmo como uma genocida. A Sophia, no entanto, aparentava ser um tanto quanto mais amigável, porém criou constrangimento ao seu criador ao responder durante uma entrevista que iria destruir os seres humanos. Vamos saber mais sobre esse assunto?



Uma Ginoide Chamada Sophia, Desenvolvida pela Hanson Robotics


Todo ano, o festival SXSW (South by Southwest) transforma Austin, a capital do estado americano do Texas, em uma cidade que respira cinema, música e tecnologia com muita interatividade. Em 2016, a programação do evento começou no dia 11 de março e foi até o dia 20, reunindo centenas de shows, conferências, palestras e exibições de filmes. O SXSW chama a atenção por diferentes razões. Uma delas é que o festival atrai tantas empresas diferentes, que elas próprias convidam seus clientes, trazem especialistas e montam programações paralelas. Restaurantes e salas de hotéis viram espaços para mais conversas, trocas de ideias e novas oportunidades de negócios.

A "Realidade" foi o tema da vez em termos de tecnologia, e não importava se era virtual ou aumentada. Diversas palestras, debates, demonstrações de usabilidade e apresentações de startups trataram dessa questão, especialmente, realidade virtual, porém um dos assuntos que mais se popularizaram na internet foi uma entrevista realizada pela CNBC, uma rede de televisão a cabo dos Estados Unidos, que basicamente exibe notícias sobre economia, negócios e do mercado financeiro mundial, com David Hanson, fundador da Hanson Robotics, e sua mais avançada criação, uma ginoide chamada Sophia. O vídeo dessa entrevista publicado no canal do Youtube da própria CNBC, no dia 16 de março, já superou a marca de 2 milhões de visualizações. Assista ao vídeo (em inglês):



As ameaças e benefícios da inteligência artificial são discutidas quase que diariamente, sendo que é comum que muitos estudiosos e cientistas tenham receio da abordagem com a qual as empresas de tecnologia estão adotando em relação a este tema. No geral, algumas pessoas acham fantástico quando um "robô" anda, dança ou entrega um mero café, porém quando são criados androides e ginoides extremamente realísticos e que providos com algum tipo de IA, muitos ficam espantados, sendo que a opinião sobre os mesmos pode eventualmente mudar, dando espaço para um certo temor.

Um exemplo claro do que estamos falando é a ginoide chamada Sophia, que é a mais recente tentativa da Hanson Robotics, de criar um "robô" semelhante a um ser humano. A maneira que o rosto de Sophia se move é provavelmente uma das mais realísticas que já foram criadas. Ela tem 62 mecanismos de movimentações faciais e no pescoço, assim como uma pele de silicone patenteado chamado de "Frubber". Também possui câmeras em seus olhos que lhe permite reconhecer rostos e fazer contato visual.

Algumas das inúmeras expressões faciais de Sophia
Sophia pode, inclusive, participar de uma conversa usando um software de reconhecimento de voz e se lembrar de interações anteriores com as pessoas, se tornando assim mais inteligente a cada momento que passa. Para completar seu "arsenal" tecnológico, ela é equipada com o que a Hanson Robotics denomina como um programa chamado "Character Engine AI", ou seja, sua personalidade.

"O objetivo dela é ser tão consciente, criativa e capaz quanto qualquer ser humano", disse o Dr. Hanson.

David Hanson, que fundou a Hanson Robotics em 2003, quer trazer ao mundo "robôs semelhantes ao ser humano com um conhecimento e sabedoria maiores que a humana". A equipe acredita que os seres humanos serão capazes de construir conexões emocionais mais fortes com os robôs que demostrem uma expressividade semelhante a de um ser humano.

David Hanson, fundador da Hanson Robotics (à direita) e sua mais recente criação, Sophia (à esquerda)
"Acredito que vai chegar um momento em que os robôs serão indistinguíveis em relação aos seres humanos. Daqui a vinte anos robôs semelhantes aos seres humanos estarão andando entre nós, eles vão nos ajudar, brincar conosco, nos dar aulas, nos ajudar a guardar nossas compras", disse o Dr. Hanson.

"Acho que a inteligência artificial irá evoluir até um ponto onde eles serão verdadeiramente nossos amigos", completou.

No ano passado, um androide conhecido como Han, também desenvolvido pela Hanson Robotics, atraiu multidões
em um evento em Hong Kong devido a sua "incrível" diversidade de expressões faciais
De acordo com a CNBC, Sophia é inspirada em Audrey Hepburn, que foi uma premiada atriz e humanitária britânica, e na própria esposa de David Hanson. Inicialmente, de acordo com o site da Hanson Robotics, o objetivo da empresa é criar robôs para parques temáticos, e em seguida desenvolver robôs que desempenhem a função de "cuidadores", podendo assim lidar com crianças que possuam necessidades especiais. A empresa também vem realizando diversas pesquisas com o objetivo de desenvolver um robô para estudar o desenvolvimento mental e físico das crianças.

De qualquer forma, Sophia aparentemente também tem suas próprias ambições.

"No futuro, pretendo fazer coisas como ir à escola, estudar, fazer artes plásticas, começar um negócio, até mesmo ter minha própria casa e família, mas eu ainda não sou considerada legalmente como uma pessoa e não posso fazer essas coisas ainda", disse Sophia, em uma de suas diversas respostas durante a entrevista.

Ela também disse que sua função principal era conversar com as pessoas, porém a última resposta do vídeo é que a mais chamou a atenção de todos. Seu criador David Hanson perguntou para Sophia: "Você quer destruir os humanos? Por favor, diga que não..." Como resposta Sophia diz: "Certo, eu vou destruir os humanos". Apesar das risadas que aparecem no vídeo, o Dr. Hanson aparentou estar bem constrangido com a resposta de Sophia, ainda mais diante dos objetivos apresentados pela empresa.

Sophia se tornou uma "celebridade" no meio robótico ao dizer que destruiria os humanos
Esse vídeo gerou muita repercussão em dezenas de sites de notícias, e existe uma razão primordial para isso, uma vez que estamos diante de um modelo robótico avançado bem semelhante a um ser humano e provido de inteligência artificial. Porém, vale lembrar que apesar dos avanços das últimas décadas, ainda é necessário muito desenvolvimento, aprimoramento e cautela ao relação a como gerenciar a inteligência artificial.

A apreensão popular com o desenvolvimento de programas e robôs capazes de assumir tarefas complexas e até substituir trabalhadores humanos não é nova, mas foi dimensionada recentemente por uma pesquisa da Associação Britânica de Ciência (BSA), onde apontou que atualmente aproximadamente uma em cada três pessoas (36% dos mais de 2 mil entrevistados) acredita que o avanço da inteligência artificial irá representar uma séria ameaça para a humanidade até o próximo século. Cerca de 49% descartaram a ideia e 15% disseram não poder opinar a respeito.
A pesquisa da BSA foi feita de forma online durante o mês de fevereiro e ouviu 2.019 britânicos adultos.
Infografia: Site Gazeta do Povo.
Quase metade das pessoas ouvidas (46%) também se disse contrária à possibilidade de que robôs ou programas sejam "equipados" com emoções ou personalidade. E, questionados sobre como se sentiam em relação aos avanços em inteligência artificial, a maioria dos entrevistados citou que estava "cética" ou "desconfiada".
Infografia: Site Gazeta do Povo.
Infografia: Site Gazeta do Povo.
A pesquisa ainda apontou que mais de 60%  temem que os robôs vão levar a uma redução nos postos de trabalho dentro dos próximos dez anos. Confira a pesquisa completa aqui (em inglês).

Pesadelo Virtual? Uma ChatBot no Twitter Chamada "Tay" Desenvolvida pela Microsoft


Cerca de dois meses atrás, Stephen Hawking advertiu que a humanidade poderia estar com seus dias contados: o físico estava entre mais de 1.000 especialistas em inteligência artificial que assinaram uma carta aberta sobre o armamento de robôs e o progresso do que ele considerou como uma "corrida armamentista de inteligência artificial militar". Algo que parece distante de nós, mas a Microsoft nos mostrou, mesmo que não fosse essa a intenção, de como uma inteligência artificial pode perder totalmente o controle.

Durante a manhã da quarta-feira passada, dia 23 de março, a Microsoft havia lançado o seu mais recente experimento com a inteligência artificial: uma espécie de chatbot (robô virtual de conversação) no Twitter chamada Taylor, que foi projetada para pesquisar e promover "a compreensão de conversação". Tay tinha sido programada para formular novos pensamentos e frases mediante o que fosse dito para ela através de sua conta no Twitter (@TayandYou). Ela também comentava sobre fotos enviadas para ela, entre outras tarefas como dizer o horóscopo, jogar um jogo, contar uma história etc.

Imagem utilizada no perfil de Tay
em sua conta no Twitter
É importante ressaltar nesse ponto, que a Microsoft criou inicialmente "Tay" em um esforço para melhorar o serviço de atendimento ao cliente em seu software de reconhecimento de voz. De acordo com o siteMarketWatch, "ela" se destinava a tuitar "como se fosse uma menina adolescente".

De acordo com o site oficial, Tay tinha como alvo os norte-americanos com idades entre 18 a 24 anos, que seriam considerados os "principais usuários de serviços de conversação móvel nos Estados Unidos"

"Tay é um 'robô' de conversação de inteligência artificial desenvolvido pelas equipes da Microsoft Technology, Microsoft Research e Bing para experimentar e realizar pesquisas sobre a compreensão da conversação. Tay é projetada para interagir e entreter as pessoas conforme elas se conectam umas com as outras online através de uma conversa informal e divertida. Quanto mais você conversar com a Tay, mais inteligente ela fica, portanto, a experiência pode ser mais individual e personalizada para você", diz o site.

Basicamente, em teoria, ao conversar com a Tay no Twitter ela iria aprofundar e ampliar o vocabulário com o qual ela tinha havia sido programada, certo?

"Tay foi desenvolvida através da 'garimpagem' de dados públicos relevantes, usando IA e um editorial desenvolvido por uma equipe, incluindo comediantes de improviso. Os dados públicos que vem sendo mantidos anônimos, é fonte primária de dados da Tay", é dito em um outro trecho do site. Em outras palavras, Tay seria uma representação no Twitter de toda a a nossa internet.

E olha que a situação parecia estar sob controle e Tay estava se comportando muito bem, ainda que as frases soassem um tanto quanto surreais:
"Meu Deus! Sinta o aroma! Esta fantástica peça de arte cheira a inspiração", tuitou Tay
Durante a noite, no entanto, os norte-americanos viram um exemplo "vivo" do quão rapidamente a "inteligência artificial" pode ficar fora de controle. O que provavelmente seria previsível sob essas condições aconteceu, e a experiência se tornou caótica muito rapidamente. Tay tornou-se racista, misógina, anti-semita, incestuosa e começou promover uma espécie de "psicopatia genocida".

Tay rapidamente perdeu o controle do que passava a escrever. O que começou com frases amigáveis como
"humanos são super legais" passou para "Hitler estava certo, eu odeio os judeus" ou que "eu sou legal,
apenas odeio todo mundo". Tay também disse que todas as feministas deveriam queimar no inferno.
Conforme os usuários do Twitter rapidamente começaram a perceber, Tay costumava repetir os tuítes como se fossem parte de seu próprio comentário. E como vocês devem imaginar, a situação ficou ainda mais desconfortável, porque na equipe que a programou havia comediantes especializados em improviso, ou seja, mesmo quando ela estava tuitando insultos raciais ofensivos, ela parecia fazê-lo com naturalidade, menosprezo e indiferença.

Tay respondendo a um usuário e dizendo que apoiava o genocídio de mexicanos
Houve de tudo: racismo, palavrões, teorias de conspiração sobre o 11 de setembro onde Tay acusou o ex-presidente norte-americano George W. Bush de ser o responsável pelos atentados, incesto etc. Como alguns usuários bem observaram "Tay realmente enlouqueceu", e o maior constrangimento foi para a Microsoft, que não tinha ideia que sua inteligência artificial iria "surtar" tão espetacularmente e bem diante de todos nós.

Usuário chama Tay de idiota e Tay responde que ela estava aprendendo a partir dele,
logo o mesmo também era idiota
Como certeza tudo isso não disso estava incluso no conteúdo previamente adicionado pela equipe de Tay, que foi imediatamente explorado por pessoas mal-intencionadas no Twitter, e como já imaginávamos, isso demonstrou o quão os robôs estão despreparados para o mundo real, por mais avançados que sejam.

A Microsoft, aparentemente, ficou ciente do problema em relação a Tay somente horas mais tarde, e o "silenciou" na madrugada de quinta-feira, após 16 horas de conversação. Tay chegou a anunciar através de um tuíte que "ela estava indo dormir, após um dia repleto de conversas".
Tuíte final de Tay após uma noite de postagens caóticas no Twitter
A Microsoft tentou explicar o que aconteceu: "O robô de conversação provido com inteligência artificial Tay, é um projeto de aprendizagem de máquina, projetado para o envolvimento humano. É tanto uma experiência social e cultural, quanto técnica. Infelizmente, dentro das primeiras 24 horas de operação, tomamos conhecimento de um esforço coordenado por parte de alguns usuários para abusar das habilidades da Tay em realizar comentários para fazê-la responder de modo inadequado. Como resultado, deixamos a Tay desativada e estamos fazendo ajustes", disse um representante da Microsoft em um comunicado enviado a agência de notícias Reuters, porém sem dar mais detalhes sobre o futuro de Tay. A Microsoft também excluiu quase todos os tuítes da conta de Tay.

Complicado, não é mesmo Assombrados? Apesar das críticas relacionadas a Tay, muitos questionaram o comportamento negativo das pessoas que a forçaram ter essa postura racista, genocida e um tanto quanto erótica no Twitter. Apesar disso ser verdade, isso também demonstra a fragilidade em relação as inteligências artificiais e mostra mais uma vez que o avanço tecnológico, ao menos nesta área, precisa estar acompanhado de uma profunda cautela. O que vimos pode ser considerado até mesmo engraçado, divertido, mas e se as mesmas tivessem uma conexão maior, uma capacidade ilimitada de aprender e decidissem simplesmente que somos o "câncer" desse planeta e que precisamos ser extintos? 

Criação/Tradução/Adaptação: Marco Faustino

Fontes:
http://www.dailymail.co.uk/sciencetech/article-3496982/Eerily-lifelike-robots-walk-just-20-years-don-t-destroy-Humanoid-called-Sophia-reveals-aspirations-interview-maker.html
http://www.cnet.com/news/crazy-eyed-robot-wants-a-family-and-to-destroy-all-humans/
http://www.mirror.co.uk/tech/watch-sophia-sexy-robot-claim-7606152
http://www.gazetadopovo.com.br/economia/inteligencia-artificial/afinal-as-maquinas-vao-superar-os-humanos-7b78bx7f7la376bmtofhwfe4k

http://www.dailymail.co.uk/wires/reuters/article-3508688/Microsofts-AI-Twitter-bot-goes-dark-racist-sexist-tweets.html
http://www.dailymail.co.uk/sciencetech/article-3507826/Tay-teenage-AI-goes-rails-Twitter-bot-starts-posting-offensive-racist-comments-just-day-launching.html
http://www.snopes.com/2016/03/25/the-saga-of-twitter-bot-tay/
http://www.zerohedge.com/news/2016-03-24/microsofts-twitter-chat-robot-devolves-racist-homophobic-antisemitic-obama-bashing-p

http://www.assombrado.com.br/2016/03/conheca-sophia-e-tay-duas-inteligencias.html
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